sexta-feira, 18 de junho de 2010

SERENATA, Love dream

A SERENATA
Adélia Prado

Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mãos incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natal como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

"É tão difícil guardar um Rio quando ele corre dentro de nós"

Não me reconheço. Quantos valores preciosos fui capaz de olvidar.
Estranho, não me arrependo, dei o que tinha de melhor que havia em mim.
Fui contraditório, fui um erro, talvez tenha sido pior, mas, porque não me pesa culpa alguma?
Porque amei e amar não se finge.
Sei que causei dor, mas, o prazer supera a dor.
Não sei, também, porque me sinto culpado, se vítima de um amor maluco também fui.
Enfim, quem é vítima em uma colisão de amor? Consensual, misturado de amor e decepção, ao mesmo tempo em que não se fecha portas para o futuro?
Sei somente que nào sou escravo do tempo e sei também que tenho uma tarefa a cumprir, porque essa é a minha natureza, opto sempre pela parte mais frágil e nao me incomoda o seu móvel, interssa-me resolver o desafio.
Destinatário de uma bela e pesada mensagem, digo somente, não seja má, entenda que somos veículos de resgate ou de indiferença, estou no resgate e sei que vou perdê-la por isso. Não sou de lamúrias, mas sentirei muito se você me abandonar.

Nem sei se devo, mas lhe deixo um beijo

o verso acima é de Jorge Sousa Braga e não consta do e-mail. Mas poderia...